domingo, 21 de fevereiro de 2010

CELEBRAÇÃO DA VIDA: TIDE


Na foto de Renato de Souza, a Nega Tide é só alegria. Assim foi seus 55 anos de sambista. Amiga, carinhosa, lutadora, as vezes encrenqueira, doce e suave nas questões mais duras da vida. Por isso Nega Tide não foi um personagem. Ela se fez e se transformou numa entidade. Nega Tide foi e é o próprio samba, carnaval. Falar na Nega Tide é nos reportar para o samba. para escolas de samba, para a Copa Lorde, é lembrar da Amarelo-Vermelho e Branco.
Por isso seu sepultamento foi uma celebração da vida. Eu estava lá. Foi puro samba, pura emoção, pura vida. Não havia tristeza. Somente, a certeza da saudade. Enquanto isso, cantavamos: Não deixe o samba morrer. Nega Tide estará sempre presente. Cada cabrocha, cada passista, cada cidadã-samba, a cada ensaio, a cada escola de samba, no berbigão.
A roda de samba em seu velório produziu uma ruptura no conceito de vida e morte em nós cristãos ocidentais. Teremos que rever valores, poesia, poética e concepções de vida. Para nós que convivemos - em alguma medida - com a Nega Tide e participamos dos seus últimos momentos - naquele velório - não poderemos mais encarar a vida e a morte da mesma forma.
Por isto, Nega Tide se transformou numa entidade paradigmática, alegria de vida, luta incansável e determinação inquestionável. Obrigado Nega Tide por ter existido nesta dimensão e por ter tido o privilégio da convivência no samba, na política e no cotidiano. Estou .........