sábado, 7 de fevereiro de 2009

BELÉM/BRASIL X DAVOS/SUIÇA



Passada a euforia e com o assentamento da poeira, podemos dizer que o Fórum Social Mundial e o Fórum Económico já cumpriram o seu papel. O Fórum econômico ficou sem agenda após a crise que solapou as bases do neoliberalismo. Porém, alguns saudosista querem que os Estados salvem o capitalismo da crise e depois se retirem da economia. Piada sem graça: o povo paga a conta da corrupção e agiotagem de empresários e banqueiros. Depois eles retomam a sua vidinha normal. Ou seja, voltam a produzir a bolha de investimentos e geram outra crise. Claro, que estas propostas só podem advir de economistas e investidores. Sabem porque? Eles sabem criar crises. Porém, não sabem terminá-la. O Fórum Social Mundial virou discussão e debate de cunho religioso-xiita. Vejam que o ex-padre, Leonardo Boff, afirmou que "acha que tem um limite grande na lógica do PAC (programa de aceleração do crescimento), porque trata de crescimento e não de desenvolvimento. Ele resume que o PAC é autoritário, tecnocrata e estatal. Interessante: quando ele foi censurado pelo Papa João Paulo II, ele se calou, obedeceu, cumpriu a pena, arrumou a casa e saiu do clero - autoritário, tecnocrata e estatal (o Vaticano é um Estado) - sem nada dizer. Quando o Fórum Social Mundial elege como tema central o Desenvolvimento Sustentável para a Amazônia e os povos da Região, materializa a sua concepção sectária da problemática social e econômica. Em suma um encontro ecumênico, ou seja carismático, religioso e como movimento (tal qual as ondas do mar) morre na praia. Além dos interesses individuais de uma certa elite acadêmica, o que na realidade foi realizado, planejado e ou encaminhado. Os povos da amazônia, dançaram, cantaram, protestaram e daí. Na realidade objetiva e materializada resultou no quê? Recordo-me da Conferência Episcopal em Puebla/México. Opção preferencial pelos pobres. Já fazem 30 anos. No que resultou? O povo ficou mais pobre em todas as dimensões. Estas provocações são para não perdermos de vista que a vida é muito para ser insignificante. Portanto, há que se fazer novas intelecções a luz do hoje e não alicerçada em velhos dogmas de fé. A vida é real e não de crença

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