domingo, 1 de maio de 2011

LIBIA VERSUS OCIDENTE EM CRISE

Considerando que os resultados no Egito, na Tunísia, na Síria e em outros países muçulmanos não favorecem a política de beligerância dos EUA e sua direita judaica, a incursão sobre o regime da Líbia aparece como algo lógico e trivial neste contexto. Todavia, existe elementos velados que são possivelmente a substancia da atual investida patrocinada sob o auspício da ONU. Vejamos as razões possíveis:
1 - A crise do capitalismo - neoliberal - iniciada em agosto de 2008, nos chamados países centrais não existe perspectiva de superação;
2 - Os países emergentes tem se organizado e se estruturado de forma econômica e política. Na política externa os emergentes - principais - tomam fôlego com a reunião do BRICS em Pequim e coloca o G7 em prontidão;
3 - A economia dos EUA não dá sinais de recuperação. Ao contrário, a crise se aprofunda a cada trimestre;
4 - As ditaduras árabe pró-EUA estão dilacerando-se. A proposta de democracia eleitoreira não tem convencido aos árabes que este é o caminho;
5 - A crise na Europa está pulando de país em país. A comunidade europeia agora é, somente, comunidade financeira. As questões nacionais e étnicas afloram a cada momento.
Tudo isto é obviedade histórica. Cabe então a indagação: qual a real causa da ação terrorista da ONU sobre a Líbia?
Acontece que o seu ditador - o Sr. Kadafi - criou um Banco Central na Líbia que não está sob o controle dos organismos internacionais. Qual o efeito disto? A Líbia é soberana sobre os seus recursos e sobre os lucros advindos destes recursos. E mais: o banco central Líbio empresta aos seus cidadão - para investir na produção de riquezas - sem a cobrança de juros. Isto significa que a riqueza da Líbia está a serviço do povo Líbio e não está a serviço do capitalismo internacional.
Qual o problema para o mundo ocidental? Já pensaram se os países emergentes olharem com carinho para a ideia do Banco Central da Líbia? Já pensaram se os países passarem a ter maior controle sob os Bancos Centrais e utilizarem seus recursos para materializar políticas públicas benéficas a maioria da população? Imaginemos os países do BRICS criando um banco central nos moldes da Líbia? Por certo quebrariam de vez a Europa e o EUA e ou os colocariam em crise eterna.
Prova contundente e resposta a estas indagações é que a primeira medida criada para os rebeldes da Líbia foi a fundação de um Banco Central sob o controle internacional pelos países que atacam a Líbia. O que nos leva a pensar que a questão petróleo torna-se secundária.
Considerando que esta premissa é verdadeira - na atualidade - podemos afirmar que a ONU no seu modelo atual está cativeira daqueles que se consideram donos do mundo e necessita uma reformulação urgente. Na mesma dimensão far-se-à necessário substanciar a proposta de democracia com outras intelecções e concepções filosófica-política. A base filosófica grega e ou da Revolução Francesa já foram para o saco. Portanto, não dá para fazer nem reciclagem do saco. É importante produzir outras matizes filosóficas e políticas. Este arcabouço chegou ao seu esgotamento máximo. Vamos esperar os encaminhamentos que a história nos dará. Até lá é necessário estarmos atentos.

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